Qualidade Ambiental PARQUE INDUSTRIAL SEM MEDIÇÃO DE CHEIROS


Publicado na Terça-Feira, dia 20 de Dezembro de 2011, em Actualidade
A Secretaria Regional do Ambiente e do Mar diz não possuir aparelhos para medir o ar do Parque Industrial da Praia da Vitória, onde estão localizados o Matadouro, a ETAR e fábricas de conserva e lacticínios, além de não existir regulamentação para a emissão de odores.
Para já, as más condições ambientais verificadas no local estão sujeitas à concretização da empreitada de alteração da rede de drenagem das águas residuais – a jusante da ETAR –, cujo período de execução estava inicialmente previsto por 30 dias.

Está ainda em curso a empreitada de alteração da rede de drenagem das águas residuais – a jusante da ETAR –, no Parque Industrial da Praia da Vitória, cujo período de execução estava inicialmente previsto por 30 dias.

Entretanto, a Secretaria Regional do Ambiente e do Mar (SRAM) diz não possuir aparelhos para medir o ar e os odores daquela zona de indústria onde estão localizados potenciais causadores de maus cheiros como o Matadouro, a ETAR e fábricas de conserva e lacticínios.

Para além desse projecto, os alvarás indicam também a empreitada de desvio da rede de drenagem da Pesca Atum e a empreitada de protecção da marginal da zona adjacente ao terminal de combustíveis, reabilitação da obra complementar de abrigo do terrapleno do núcleo de pesca e requalificação do hydrolift do Porto da Praia da Vitória.

As más condições ambientais verificadas no local estão sujeitas à concretização das empreitadas no sentido de desviar os esgotos e proceder ao tratamento de águas residuais antes da descarga no oceano.

Segundo o documento do gabinete do secretário regional da Presidência, em resposta aos deputados da Terceira do PSD, sobre a qualidade ambiental do parque industrial da Praia da Vitória, as medidas tomadas para a monitorização da qualidade do ar e dos odores passam pela realização de inspecções regulares desde 2009 “a todas as unidades de média e grande dimensão, potencialmente capazes de provocar problemas ambientais”.

“Não existindo regulamentação para a emissão de odores, todas as situações associadas aos odores foram averiguadas de forma indirecta, ou seja, verificando-se o adequado funcionamento dos equipamentos e instalações que poderão estar na origem da emissão de odores”, pode ler-se na resposta endereçada aos deputados social-democratas.



“ODORES NORMAIS”

Nas inspecções realizadas pelo serviço de Inspecção Regional do Ambiente (IRA), cujos relatórios estão disponíveis em anexo, a tutela verifica que os maus cheiros seriam causados pela ETAR e pelo tratamento de vísceras e sangues no matadouro.

“No primeiro caso, foram detectadas irregularidades, tendo sido impostas medidas para a sua regularização com a obra em curso”, refere.

Também em curso, continua, está a obra relacionada com a alteração do ponto de descarga de águas residuais, com separação do efluente da fábrica de conservas do efluente das restantes unidades fabris.

Já sobre o manuseamento de produtos de origem animal, o documento governamental dita que o mau cheiro é natural e, por isso, as medidas aplicadas são de recomendação “para um melhor funcionamento nas componentes”.

“Recomendou-se a instalação de um sistema de desodorização associado aos equipamentos e infra-estruturas onde trabalham os subprodutos animais”, salienta.



OBRA EM EXECUÇÃO

Conforme as declarações do secretário regional da SRAM, Álamo Meneses, na edição de 9 de Setembro deste jornal, “o problema dos esgotos a céu aberto na zona da onda de Santa Catarina, no concelho da Praia da Vitória, deverá estar resolvido até final de Outubro”.

A obra, orçada em 150 mil euros, e com um prazo de execução de 30 dias, consiste na instalação subterrânea de uma tubagem com mais de um quilómetro de comprimento que levará os afluentes tratados das várias ETAR´s para o fim do muro, cortina do parque de combustíveis que está actualmente a ser reforçado.

Trata-se de um projecto conjunto entre a Portos dos Açores, Associação para a Gestão do Parque Industrial da Ilha Terceira (AGESPI) e a SRAM.

Sónia Bettencourt sonia@auniao.com

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